Nova Lei Exige que Empresas Cuidem da Saúde Mental dos Funcionários

A recente atualização da NR-1 trouxe mudanças significativas para as empresas no que diz respeito à saúde mental no ambiente de trabalho. Agora, os chamados “Riscos Psicossociais” – como estresse, assédio e sobrecarga de trabalho – passam a fazer parte da Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO), tornando obrigatória a adoção de medidas preventivas para proteger os colaboradores.

Para entender melhor os impactos dessa mudança, conversamos com o psicanalista Thiago de Los Reyes, que destacou os desafios e oportunidades que essa nova regulamentação traz para o mercado de trabalho.

Desafios e Adaptação das Empresas

Segundo Thiago, um dos maiores desafios será lidar com temas delicados, como pressão excessiva e assédio moral. Como as empresas precisam não apenas mapear esses riscos, mas também desenvolver canais seguros de denúncia e garantir a participação ativa dos colaboradores na construção de um ambiente mais seguro.

“O processo de adequação exige que todas as esferas da empresa trabalhem de forma integrada, identificando, analisando e monitorando os riscos. Isso não pode ser algo apenas burocrático, mas sim uma mudança real na cultura organizacional”, ressalta Thiago.

Além disso, o especialista alerta que muitas empresas ainda não estão preparadas para essa mudança e que será necessário investir em treinamentos e estratégias contínuas de bem-estar corporativo.

Impacto na Produtividade e no Clima Organizacional

O objetivo da atualização da NR-1 vai além do cumprimento de normas – trata-se de um movimento para tornar o ambiente corporativo mais saudável e produtivo. Segundo Thiago, isso pode reduzir afastamentos por burnout e melhorar a qualidade das relações de trabalho.

“O Brasil tem registrado um aumento alarmante de afastamentos por doenças mentais. Se as empresas não enfrentarem essa questão com seriedade, os impactos negativos serão inevitáveis, tanto para os funcionários quanto para os negócios”, explica.

Identificando e Prevenindo o Sofrimento Mental no Trabalho

Sinais como procrastinação, insônia, cansaço extremo e dificuldade de concentração são alguns dos indicativos de que algo não vai bem. Thiago enfatiza que líderes bem preparados são fundamentais para reconhecer esses sinais e oferecer suporte antes que o problema se agrave.

“Não se pode esperar que o funcionário peça ajuda quando já está no limite. A empresa precisa criar um ambiente de diálogo, no qual ele se sinta confortável para expor dificuldades sem medo de represálias”, alerta o psicanalista.

Boas Práticas e Soluções Viáveis

Além do cumprimento da norma, existem ações que podem ser inovadoras para fortalecer a saúde mental no trabalho, como:
✅ Treinamentos sobre gestão do estresse
Canais de escuta ativos para colaboradores
Apoio psicológico interno ou externo
Promoção de uma cultura de acolhimento

No caso das pequenas e médias empresas, que possuem menos recursos, Thiago sugere o uso de plataformas acessíveis de saúde mental e a valorização da proximidade entre gestores e funcionários.

“O essencial não é ter grandes investimentos, mas sim garantir que o ambiente seja acolhedor e que os colaboradores saibam que sua saúde mental é importante”, finaliza.

Com a nova legislação, fica claro que cuidar da saúde mental dos funcionários não é mais uma opção – é uma obrigação. As empresas que adotam essas mudanças não apenas cumprem a lei, mas também investem na produtividade e no bem-estar de suas equipes.

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